Um contra um. Mano a mano. Talento puro.
Se o futebol brasileiro é conhecido pelos dribles, pela criatividade e pela ousadia, era questão de tempo até nascer uma modalidade que levasse tudo isso ao extremo. Foi assim, entre amigos, em um campo de terra no bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife, que surgiu o Futebol X1.
A cena era simples, mas carregada de significado: duas traves, um goleiro de cada lado, um jogador de linha para cada time e o desafio mais direto que o futebol pode oferecer: “Você contra mim. Vamos ver quem é melhor.”
Das apostas de rua aos grandes cinturões

O que começou como um passatempo entre vizinhos logo virou uma febre. Com o tempo, os confrontos ficaram sérios, os campos lotaram e a competição ganhou regras próprias. Sem tabelinha com o goleiro, sem zagueiro pra ajudar… e com o defensor proibido de sair da área, o jogo virou um teste de nervos, técnica e explosão física.
Dois tempos de 15 minutos. Um jogador na linha. Um no gol. Ataque e defesa na máxima intensidade. Do Ipsep, a modalidade ganhou força em outros cantos do Brasil. Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo se tornaram polos do X1. Nos últimos anos, o esporte ganhou o mundo, com torneios internacionais, como o realizado em Puebla, no México, em 2023.
A ascensão fora do país é uma constatação de que o X1 atrai olhares por onde passa. Afinal, o que esperar de uma modalidade que mistura a paixão nacional, com a força da periferia e com jogos dinâmicos que exaltam o talento, o drible e a criatividade do povo brasileiro?
A vez de São Paulo: o X1 aterrissa nos Jogos da Cidade

Com toda essa história de superação e talento… os Jogos da Cidade de São Paulo abriram as portas para o Futebol X1.
Mais do que um campeonato, os Jogos sempre foram uma plataforma de visibilidade para os atletas da quebrada. Uma vitrine para quem sonha, joga e luta por espaço. E com o X1, isso ganha uma nova dimensão: dar palco ao futebol raiz, ao drible solto, à marcação pegada e ao talento individual.
Nos dias 27 e 28 de julho, o primeiro torneio de Futebol X1 dos Jogos da Cidade vai acontecer em formato de festival. Teremos categorias masculina e feminina, com duplas formadas por um jogador de linha e um goleiro. E o melhor: todos os atletas vão receber uniformes oficiais, com modelos para mandante e visitante.
E sabe o que espera a dupla vencedora no final? O cinturão do Futebol X1. Porque aqui, quem vence… sai coroado.
Um palco para o talento da quebrada
Trazer o X1 para os Jogos da Cidade é mais do que uma novidade esportiva. É reconhecer a força das modalidades que nascem nas periferias, ganham vida na várzea e transformam sonhos em conquistas reais.
Nomes como Bolt, cria da Vila Curuçá, na Zona Leste de São Paulo e campeão do X1 Brazil Combate, é exemplo de como essa modalidade pode mudar vidas. De trabalhador da vidraçaria a referência nacional, Bolt gravou um vídeo exclusivo convidando todo mundo a se inscrever e viver essa experiência.
Segundo Daniel Coringa, um dos maiores nomes do esporte, o X1 não tem idade, qualquer um pode jogar e se destacar. Basta ter qualidade, foco e a preparação correta. Uma inspiração para aqueles que irão fazer história dentro das quatro linhas nos próximos anos.
E o futuro? Quem sabe… as Olimpíadas?
O X1 já atravessou fronteiras e, segundo seus principais atletas, pode até chegar aos Jogos Olímpicos nos próximos anos. Para quem vê de perto o crescimento da modalidade, não é difícil acreditar. O que começou com apostas de bairro, hoje é disputa internacional, com premiações, cinturões e transmissão ao vivo.
E agora… também faz parte dos Jogos da Cidade de São Paulo. E quem sabe… entre os inscritos, não estará o próximo grande nome desse esporte?
Porque se tem uma coisa que os Jogos da Cidade de São Paulo faz há mais de 20 anos é revelar talentos, transformar histórias e abrir portas para quem acredita que o esporte é caminho de futuro.
O palco está pronto. A cidade inteira tá de olho. As luvas estão aquecidas. E o cinturão espera pelos campeões.